Equipa de vereação PS

Equipa de vereação do Partido Socialista Caldas da Rainha:
Jorge Sobral, Filomena Cabeça, Manuel Remédios, António Ferreira, Helena Arroz, João Jales e Rui Correia
Vereadores eleitos para o mandato 2013/2017: Rui Correia (Ind) Jorge Sobral (PS)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

CHO: o rasto de um pesadelo

Os vereadores do partido socialista tomaram conhecimento pelo Sr. Presidente da Câmara de que terminou o mandato do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste. Na sequência das numerosas intervenções que os vereadores foram obrigados a fazer ao longo destes últimos seis anos, sempre em resultado de clamorosos prejuízos causados por esta administração à qualidade dos serviços hospitalares nas Caldas da Rainha, não podemos deixar de manifestar a nossa satisfação por esta notícia.

Resulta em toda a evidência que este Conselho de Administração, representado na pessoa do seu presidente, nunca esteve à altura do desafio que lhe foi colocado. Manteve-se sempre de costas voltadas para a comunidade caldense, chegando ao ponto de a vilipendiar publicamente, simulando uma propensão de diálogo, que se revelou postiça, inútil e que desrespeitou continuadamente todos os intervenientes.

É um conselho de administração que deixa um rasto de destruição atrás de si. Da sua gestão fica um trilho de contínuas manipulações de números com vista a iludir uma opinião pública que, incrédula, confrontava esses números com uma visível e dramática degradação do seu hospital.

Uma população que se revoltou publicamente numa manifestação nunca antes vista nas Caldas da Rainha, que juntou milhares de pessoas num abraço público e comovente contra o desmando que esta administração implementou naquele que a população sempre reputou como o "seu" hospital.

Esta administração deixa um histórico de tal inaptidão para o cargo que chegou ao ponto de conseguir unir todos os agentes políticos e sociais contra si, pedindo a sua urgente e indispensável demissão, coisa nunca vista neste concelho.

Não obstante a continuada notícia de irregularidades várias no funcionamento do hospital, com mortes inexplicáveis de doentes que colocaram pela primeira vez o hospital das Caldas da Rainha nas notícias nacionais, pelas piores razões, como também nunca antes havia ocorrido, este é o Conselho de Administração que nunca garantiu um serviço de epidemiologia que fornecesse, como é de lei, os números estatísticos sobre infecções hospitalares, apesar de terem sido oficialmente pedidos em várias ocasiões.

Este é o Conselho de Administração que, não obstante uma propensão aflita por complexas arengas estatísticas e uma obsessão com o "aparecer" nos jornais, recusou olimpicamente o fornecimento de números à entidade reguladora de saúde, uma omissão ainda actualmente verificável nos dados online do site oficial da ERS, fazendo do nosso hospital uma excepção institucionalmente embaraçosa para as Caldas da Rainha.

Da sua gestão resta destruído o tradicional ambiente profissional de excelência que, por si só atraía tantos profissionais, (muitos deles fixando mesmo residência no nosso concelho), gerando pela sua conduta, suas escolhas e práticas um surto poderoso de desmotivação entre o pessoal. Da sua gestão resultam numerosos gestos e práticas que foram colectivamente interpretados como discriminatórios, através de uma secundarização e confrontação de elementos reconhecidamente prestigiados que, nalguns casos, constituíam rostos identitários da própria instituição, numa lógica de indisfarçável segregação e silenciamento das vozes discordantes.

Da sua gestão resta um hospital diminuído, que luta por manter a sua relevância profissional, ostensivamente preterida em favor da unidade de Torres Vedras. A sua gestão produziu um fundo mal-estar artificial entre unidades hospitalares que, antes deste Conselho de Administração, sempre se haviam comunicado funcionalmente com natural fluência e hoje quase não se escutam.

Nunca se deixará de recordar desta gestão hospitalar o inaudito desprezo dedicado ao património e edifícios do hospital termal, deixando de o conservar dignamente, (tapando com cartão, vidros partidos dum monumento identitário); desprezo pelo parque D. Carlos I, deixando de o limpar (escândalo que levaria um grupo de cidadãos e elementos afectos a rigorosamente todos os partidos a pegar em vassouras e pás para limpar o seu parque dando assim nota pública de desagravo); recusando pagar as indispensáveis análises das águas termais, enfim, tudo fazendo para deixar morrer o Hospital Termal, culminando este grosseiro desleixo no seu definitivo encerramento.

São, pois, numerosos os factores que nos levam a concluir como anos perdidos estes que caracterizaram esta gestão. Desde o princípio se percebeu a incompatibilidade entre o perfil escolhido para administrador e o enorme desafio em jogo. Muito cedo o denunciámos.

Responsabilizamos, pois, este Conselho de Administração e o seu presidente por todo o incomensurável dano, resultante de uma gestão medíocre, mesquinha, forasteira que nunca soube compreender as oportunidades que tinha nas mãos.

Deixa em herança uma enorme responsabilidade ao novo Conselho de Administração; qualquer que ele seja, dele se espera uma conduta diametralmente oposta ao anterior. Contamos com autenticidade, pragmatismo, humanismo e, no fundo, que assegure que, passados estes longos anos, as Caldas da Rainha voltam a ver no Conselho de Administração do maior empregador do concelho, interlocutores finalmente credíveis que sintam como seus os tesouros que os seus predecessores desbarataram tão infelizmente.

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