Equipa de vereação PS

Equipa de vereação do Partido Socialista Caldas da Rainha:
Jorge Sobral, Filomena Cabeça, Manuel Remédios, António Ferreira, Helena Arroz, João Jales e Rui Correia
Vereadores eleitos para o mandato 2013/2017: Rui Correia (Ind) Jorge Sobral (PS)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Revista municipal deixa de ser de partido único


Chega a ser ridículo que apenas em 2014 seja concedido aos vereadores de outras forças políticas o direito de expressarem as suas opiniões na revista do município que os elegeu. Durante décadas, a revista municipal das Caldas da Rainha foi uma publicação de partido único, inútil e despesista, como tudo o que é narcísico e egotista. Nunca o PS se resignou com esta situação e chegou mesmo a apresentar uma queixa com o propósito de evidenciar o patético desta orientação editorial.

Deu frutos a persistência.

Abrir espaço para que todos tenham opinião, sem medos nem subterfúgios, é sinal de maturidade e de promoção da democracia como um produto das pluralidades e da coexistência exigente das divergências. Convergimos, todos, na vontade de querer fazer das Caldas da Rainha um concelho atraente para todos quantos lêem esta publicação.

Fica aqui esse primeiro texto, da autoria dos vereadores do Partido Socialista, ainda por cima com uma fotografia
, tão metafórica quanto belíssima, do Vasco Trancoso, (autoria que a edição impressa infeliz e estouvadamente apagou).

"Caldas da Rainha, as cores do futuro

As Caldas da Rainha atravessam um momento em que o seu futuro se desenha com novas cores e também novas sombras. A nossa vocação mudou de há umas décadas para cá. De compradores e fruidores teremos de passar agora à condição de criadores. É inevitável. De um passado explicitamente consumidor temos agora de nos encarar como motores e agentes de produção, de criação.

E não se pode, em toda a justiça, dizer que as Caldas da Rainha não se encontram disponíveis para cumprir esse destino. Sabemos que não é do Estado ou das autarquias que deve sair todo o esforço modernizador e estruturante que levantará o futuro das Caldas da Rainha. São, de resto, numerosas as iniciativas que a sociedade civil caldense, associações, grupos de cidadãos e empresas, vem pondo em prática, revelando uma energia que a todos nos orgulha.

E, tantas vezes, algumas dessas iniciativas que mobilizam milhares de cidadãos e influentes agentes económicos não dependem de vultuosos investimentos. Passam, ao invés, pela constituição de parcerias com empreendedores credíveis, experimentados e que, por vezes com reduzido suporte financeiro, conseguem atingir níveis de qualidade extraordinários. Não nos faltam recursos. Humanos, paisagísticos, materiais.

Vivemos num concelho e numa região com admiráveis faculdades geográficas e culturais. O que podemos fazer em matéria de empreendedorismo cultural e económico é interminável. E há algo com que todos concordamos. Nunca seremos nada sozinhos. Precisamos de estabelecer metas – metas e não anseios – que reposicionem as Caldas da Rainha como a propulsora de uma rede de cidades no Oeste que têm um futuro colectivo para estabelecer e consagrar. E isso exige arrojo, diplomacia e pensamento. Pensar isoladamente é uma perda de tempo, de energia e de soluções.

Envolvência e pragmatismo

O Oeste precisa de reafirmar uma posição de prevalência. Caldas da Rainha tem de constituir-se como uma pedra essencial desse tabuleiro regional que é o Oeste. Num mundo globalizado, é nas especificidades de cada região, e não de cada cidade, ou de cada concelho, que conseguiremos criar emprego e desenvolvimento. É em obediência a uma lógica de especificidade regional que poderemos aceder a recursos já presentes no terreno e a recursos comunitários que patrocinam esta filosofia. É no regional que encontraremos espaço e fundamento para a nossa globalidade.

Caldas da Rainha nunca será o que pode ser sem esse conceito de desenvolvimento regional, nacional e internacionalmente acompanhado e cronometrado. Para os próximos anos, a serventia dos políticos oestinos e caldenses, a de todos os políticos e concidadãos, é essa: articular políticas, encadear ofertas e proliferar mercados de cultura, criatividade, inovação empresarial e economia.

E é, portanto, esta a utilidade prioritária da autarquia para os próximos mandatos, qualquer que seja a cor partidária que os protagonize.

A matriz das Caldas da Rainha, com o seu passado termal, não terá qualquer futuro sem um conceito de envolvência regional que saiba perceber a acuidade de um turismo de saúde, ele próprio fadado a crescer numa comunidade que aumenta de ano para ano a sua esperança de vida e que procura o bem-estar.

Conhecer e planear

Um novo plano estratégico. É esse o trabalho que precisamos de desenvolver com sentido pragmático. Um programa de futuro concretizador que, não estando desligado do que se passa a nível nacional e internacional, impõe que recompunhamos o nosso conhecimento sobre nós mesmos.

Por mais que queiramos, os desafios que se nos colocam não podem ser todos resolvidos a nível local. De resto, o poder local atravessa hoje uma das maiores agressões desde que vivemos em democracia. Por razões de fúria financista, as autarquias que procuraram manter as suas contas equilibradas sofrem as mesmíssimas agruras que aquelas que foram perdulárias e mesmo esbanjadoras do erário público. Paga o justo pelo pecador. Não pode ser. O colete-de-forças que a centralização administrativa e financeira vem vestindo, com um uniforme de tamanho e figurino únicos para todos os municípios portugueses impede-os de atingir metas de desenvolvimento que emendem, efectivamente melhorem, a vida daqueles muitos concidadãos que atravessam severas dificuldades conjunturais.

Uma Lei dos Compromissos, benigna na sua mira correctora dos transgressores, mas que considera que todos somos culpados até julgamento; uma proibição cega e irresponsável de contratar seja quem for para a administração local, constituem poderosos instrumentos de aprisionamento e de atraso de vida; uma rede labiríntica de jurisdições que fazem do ordenamento do território um infinito jogo de xadrez em estado de contínuo empate.

Liberdade em tempos de cólera

Vivemos num país livre. Nunca é de mais recordar que o 25 de Abril, que este ano comemora os 40 anos, não restaurou a democracia em Portugal. O 25 de Abril introduziu a democracia em Portugal. Nunca no seu longuíssimo passado Portugal vivera uma plena democracia. Os regimes que mais proximamente se aproximaram da liberdade e da cidadania livre não têm nenhuma parecença com o conceito e o exercício concreto, universal, dos direitos civis que nasceu com aquele dia luminoso em Portugal e que serviu de exemplo a muitas nações.

Muitas famílias caldenses vivem momentos de terrível escassez. Aquilo que temos de garantir é, precisamente, de resolver o presente e começar o futuro. Como podemos nós lidar com o desemprego e a fome que crescem, quando ao mesmo tempo as maiores fortunas se mostram ainda mais ricas?

O desespero em que a nossa comunidade se encontra vai dar origem a exercícios políticos que aproveitam todo esse manancial de insatisfação. Temos de plantar sementes de confiança entre eleitores e eleitos, que renovem a confiança na política, como elemento fundacional de todas as liberdades. É indispensável a mais escrupulosa observância ética de toda a prática política. Dar sinais da mais rigorosa equidistância cívica.

É preciso activar e reanimar a criatividade colectiva como fonte de inspiração para novas soluções devidamente apoiadas por instrumentos contemporâneos de apoio à decisão política. Todos o fazem por todo o mundo. Procurar soluções junto de todos para dar a volta a isto.

A nossa determinação

A vereação do partido socialista, sempre positivamente exigente, demonstrou ao longo dos anos estar sempre ao lado dos mais necessitados, sempre ao lado da solução, seja com a criação do orçamento participativo, a criação do fundo de emergência social, com as acções para o salvamento da Lagoa da Foz do Arelho, com as iniciativas para o salvamento dos cuidados hospitalares dos caldenses, com o aumento de bolsas de estudo, com o aumento da comparticipação a visitas de estudo e tantas outras propostas aprovadas, enfim.

Estamos muito empenhados na afirmação de uma metodologia para o estabelecimento de um novo plano estratégico para o concelho das Caldas da Rainha, numa filosofia de franco diálogo com as autarquias que nos abraçam. Foi aprovado já um conjunto de iniciativas de forma a redesenhar esse futuro e que servirá em primeiro lugar para que os caldenses tenham voz activa. Os eleitores ordenam que os eleitos dêem conta do recado. E que o demonstrem. Em seis meses de mandato produzimos mais de 120 textos para o blog onde damos pública conta do que tem sido a nossa actividade (http://vereadorespscaldas.blogspot.pt/). Política é, tem de ser, um sinónimo de decência, responsabilização, transparência e futuro. As Caldas da Rainha são um concelho extraordinário, de gente extraordinária onde as oportunidades espreitam. Nenhum do seu futuro começa sem si.

Rui Correia e Jorge Sobral
"

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