Equipa de vereação PS

Equipa de vereação do Partido Socialista Caldas da Rainha:
Jorge Sobral, Filomena Cabeça, Manuel Remédios, António Ferreira, Helena Arroz, João Jales e Rui Correia
Vereadores eleitos para o mandato 2013/2017: Rui Correia (Ind) Jorge Sobral (PS)

terça-feira, 20 de junho de 2017

Palavra de presidente não tem valor facial: Caldas abandona mais uma vez a construção do canil/gatil municipal

Os vereadores do partido socialista manifestaram a sua completa decepção pela contundente falta de palavra do Senhor Presidente da Câmara quanto à construção do canil/gatil municipal.

Em escrupulosa observância pela verdade dos factos, o senhor presidente Tinta Ferreira utilizou a sua palavra de honra para garantir que, até ao fim do presente mandato, estaria construído este equipamento; que podiam estar todos serenos que no final do mandato haveríamos todos de inaugurar o canil/gatil novo das Caldas da Rainha.

Inquirido regularmente pelo andamento do processo, o senhor presidente foi sempre garantindo que tudo estava a correr bem e que o projecto estaria a ser alvo da melhor atenção dos serviços técnicos. Tratou-se de uma absoluta falsidade. Nenhum projecto existe e tudo não passa de um embuste inaceitável que fere a idoneidade de um presidente que revela uma inaceitável disponibilidade para comprometer e, entretanto, desrespeitar a sua palavra de honra.

Trata-se de uma incompreensível falta de honorabilidade que não se compagina com a dignidade do cargo que ocupa.

Dizer que contava ter as condições para o construir e que depois reparou que as não teve não é justificação de coisa nenhuma. Pelo contrário, obriga-nos a conferir ao senhor Presidente da Câmara uma frivolidade e uma irresponsabilidade que só se equipara a uma deliberada inconsciência do actual estado de ilegalidade em que funcionam os serviços municipais de veterinária.

Fica claro que o bem estar animal e a saúde pública não são assuntos que esta câmara considere prioridade política; ficam defraudadas todas as legítimas expectativas que os cidadãos criaram, mais não fosse por uma coisa: porque o presidente da câmara chegara ao ponto de ter apostado a sua palavra em como as cumpriria.

Quando a palavra dos políticos não é para respeitar, quando os próprios políticos a utilizam como uma manha para obter vantagens imediatas e desse modo procurar evadir-se às suas responsabilidades, entramos no domínio da absoluta discricionariedade.

Não ter feito nada para ultrapassar o actual estado de coisas - repetimos: os serviços veterinários nesta terra funcionam em absoluto desacordo com a lei - é algo tão corrente nas Caldas da Rainha como inaceitável, mas não se pode comparar o não fazer nada com o comprometer-se a palavra individual de um presidente de câmara que, desta forma, revela uma intolerável falta de respeito pelos seus concidadãos e, mais grave ainda, com a sua própria pessoa. Um presidente não tem que ser mentiroso - como se disse nesta câmara durante anos - nem pode ser um farsola.

A palavra de um presidente tem de ter valor facial. É isso que quer dizer a expressão "valor facial": a palavra tem o valor da face de quem a dá. Não se dá a palavra com frivolidade.

Aceitaríamos que o presidente assumisse que tem outras prioridades. Em política é assim a vida. Não se consegue fazer tudo. Mas desta vez não é disso que se trata. Em vez de assumir a sua pública incapacidade, o presidente preferiu optar por olhar os vereadores nos olhos e, literalmente, mentir. Quem é capaz de fazer isso revela uma intolerável falta de merecimento e uma incompetência ética que não podemos deixar de sublinhar.

Atribuir a esta sincera indignação quaisquer objectivos eleitoralistas é ignorar completamente que estes vereadores não têm qualquer projecto pessoal de reeleição política. Mais: quando todos nos resignarmos a não aceitar a palavra de honra de outrem, então é a vitória do cinismo e da hipocrisia.

Trata-se, simplesmente, de não ser admissível que um presidente de câmara, este presidente, não saiba compreender que, doravante, quando der a sua palavra, deverá ter-se em conta que é uma daquelas palavras de politiqueiro e que, como tal, por sua exclusiva (ir)responsabilidade, deve ser desconsiderada. Não é para confiar.

Fica sem efeito a palavra do presidente: depois de quatro anos de palavra empenhada e de camuflada inacção, no ano de 2017, afinal não será construído o canil/gatil das Caldas da Rainha.

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