Os vereadores do Partido Socialista votaram contra o pagamento de 27500€ para garantir a realização de um espectáculo nocturno de um popular artista musical, integrado numa acção de campanha publicitária de uma grande e prestigiada superfície comercial da cidade.
Nada temos contra ou a favor da carreira do artista. Não estão em causa considerações de cariz estético. Até podiam estar, mas não estão. Muito menos temos algo contra a dinâmica comercial dos empresários nas Caldas da Rainha. Mas é precisamente porque pensamos em tratar todos os empresários caldenses de igual forma, que não aceitamos que se abra o precedente de permitir que uma empresa beneficie de dinheiros públicos para publicitar o seu negócio e converter espaços nobres, centrais da cidade em estaleiros publicitários.
Os vereadores do Partido Socialista foram os únicos a votar contra esta subvenção de quase 30 mil euros. Não agiram contra o evento em si ou contra a iniciativa em si. Se uma empresa deseja atrair clientela com iniciativas desta ou de outra natureza, desta ou de outra envergadura, estaremos, em princípio, de acordo. Não podemos é aceitar que se pague uma comparticipação pública de 27500€, apenas para garantir que essa acção publicitária aconteça nas Caldas da Rainha e não noutra localidade.
Nos dias que correm, temos muitos outros sítios onde investir esse dinheiro. Não fomos acompanhados pela maioria psd e pelo cds que votaram a favor desta operação. Consideramos aberto o precedente: a partir desta deliberação, qualquer empresário deve pedir comparticipação à Câmara para desenvolver uma iniciativa publicitária sua. E não deve ver recusado o seu pedido.
Não temos como documentar o benefício e o retorno que a realização deste evento trouxe para as Caldas da Rainha, especialmente se o concerto decorreu a uma hora em que nem sequer a maior parte dos estabelecimentos comerciais está aberta. Mas mesmo que se verificasse um extraordinário retorno turístico e publicitário das Caldas da Rainha, consideramos indispensável que fosse esse retorno quantificável, ou no mínimo, estimável, para que se considerasse a atribuição deste apoio financeiro. Nenhum destes dados foi sujeito a consideração.
Importa esclarecer que foram previamente fornecidos pelo Sr. Presidente da Câmara todas as informações e implicações financeiras quanto a este evento. Embora não tivéssemos de dar nessa circunstância qualquer opinião, ela foi dada negativamente, com total naturalidade e circunspecção.
PS: cumpre também informar que este esclarecimento resulta da detecção de um erro na acta referente a esta deliberação, pela qual ela teria sido tomada por unanimidade. Tal não corresponde à verdade e foi já deliberada a respectiva rectificação.
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