Equipa de vereação PS

Equipa de vereação do Partido Socialista Caldas da Rainha:
Jorge Sobral, Filomena Cabeça, Manuel Remédios, António Ferreira, Helena Arroz, João Jales e Rui Correia
Vereadores eleitos para o mandato 2013/2017: Rui Correia (Ind) Jorge Sobral (PS)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Nenhuma luz ao fundo do túnel

Os vereadores do Partido Socialista votaram contra a proposta do CDS-PP reclamando a suspensão das obras na praça da República, apontando para uma nova candidatura a fundos europeus que permita a construção de um túnel que permita que toda a praça tenha cariz integralmente pedonal.

Consideramos que este projecto que o CDS-PP repescou de anteriores propostas de vários partidos, ainda que cada uma com as suas especificidades, peca sobretudo pela sua inoportunidade. Esperar pelo momento em que as obras se preparam para começar para sugerir alterações tão substantivas no projecto de regeneração urbana reflecte uma imponderação e uma incapacidade de antecipação que não acompanhamos. Reflecte precisamente o mesmo tipo de práticas e vício de raciocínio de absoluta ausência de planeamento que imputamos a esta maioria PSD.

Desde o início do mandato anterior que os vereadores do PS sempre manifestaram a sua frontal oposição a este projecto. As razões são conhecidas e prendem-se com o facto de se tratar de uma regeneração que não repensa a cidade como um todo, desprezando a freguesia de Santo Onofre de uma forma inaceitável. Não contempla de forma objectiva a recuperação de imóveis degradados. Reduz-se a uma orientação de estrito embelezamento de calçadas. Desperdiça a oportunidade para rejuvenescer e modernizar de forma ainda mais longitudinal e congruente a estrutura separativa das águas residuais. Os projectos foram sujeitos a alterações tão desmesuradas em relação ao projecto original que deste já quase nada resta. Muitas destas alterações foram, ademais, efectuadas sem conhecimento da autarquia, facto que sempre deplorámos por revelar uma intolerável ausência de solidariedade institucional.

A proposta do CDS-PP não soluciona nenhuma destas contrariedades.

Apenas recupera uma ideia antiga de forma solta e sem articulação com um pensamento integrado, ainda por cima sem facultar qualquer informação - indispensável, de resto - acerca da viabilidade geológica, técnica e arqueológica de tal proposta. Propor a substituição de uma solução urbana errada por outra cuja viabilidade é tecnicamente ignorada, representa um simplismo inconsequente a que não nos associamos.

Como sempre dissemos, os vereadores do PS não se disponibilizam para a subversão contínua de projectos que importam 10 milhões de euros para o orçamento desta câmara.

A reparação do tabuleiro da praça não representa uma operação irreversível. Muito mais grave é o que se pretende executar no topo da referida praça da República, local onde se deveria executar uma galeria comercial a céu fechado, que ampliasse o espaço útil de venda, espaços de arrumos e espaços de frio e estacionamento, numa ligação a uma praça pedonal que reconceptualizasse o chafariz das cinco bicas e a instalação artística do escultor Ferreira da Silva. A construção neste local de um edifício que não tem um propósito solidamente fundado em necessidades emergentes do concelho e que constrange futuras utilizações daquele espaço, sem haver qualquer projecto para o quarteirão, que permanecerá severamente degradado após as obras, constitui um erro bem mais crasso, que não pode reverter-se e a que desde sempre nos opusemos.

Consideramos que a apresentação de uma candidatura a um futuro quadro de fundos europeus, mais do que necessária, é urgente para a indispensável regeneração urbana de que carecemos. Um processo que desta vez saiba envolver os munícipes de forma congruente e tecnicamente suportada, integrando várias freguesias urbanas, numa perspectiva policêntrica de desenvolvimento harmonioso.




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